quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A propósito da discussão sobre "barrigas de aluguer"


Dezenas de casais 'compram' barrigas de aluguer

O número de portugueses a recorrer a barrigas de aluguer tem vindo a aumentar, apesar de a lei portuguesa não permitir este tipo de contratos. Valores chegam aos 90 mil euros.

Algures na Índia, uma mulher com pouco mais de 20 anos carrega no ventre um filho de um casal português, de Lisboa, pelo preço de 15 mil euros. A jovem aceitou receber um óvulo já fecundado no final do ano passado e ser barriga de aluguer de Carla e de João. Carla não tinha possibilidade médica para desenvolver um embrião no útero devido a um acidente de viação, sofrido meses antes, que lhe perfurou o útero.

Por ano, dezenas de casais portugueses recorrem a clínicas de fertilização no estrangeiro para contratarem "mães de aluguer". A maioria dos casos, por problemas de saúde das potenciais mães, como falta do útero ou doenças incompatíveis com o desenrolar de uma gestação. Poucas são as que o fazem meramente por questões estéticas.

Em Portugal, a lei da procriação medicamente assistida proíbe expressamente a “maternidade de substituição”, embora o Código Deontológico dos Médicos preveja que, em casos excecionais de saúde, possa ser admitido. Mas os casais não desistem e estão dispostos a viajar até ao outro lado do mundo para concretizar um sonho.

Os destinos destes casais portugueses centram-se nos Estados Unidos, Índia, Brasil e Ucrânia, este mais nos últimos três anos. Porém, este "mercado" no país asiático, assim como na Ucrânia, ainda é clandestino. Mais enraizados e praticados, sem ser à margem da lei, são os dos dois destinos mais escolhidos pelos portugueses: Estados Unidos e Brasil. Mas por preços muito díspares. Se na Ucrânia e na Índia os valores pagos pelos casais rondam os 15 mil euros, já nos Estados Unidos o "negócio" pode ir dos 70 aos 90 mil euros. Sendo que à mãe de aluguer nas clínicas americanas é pago cerca de 25% do valor total recebido pela clínica: aproximadamente 20 mil euros. As clínicas americanas recebem cerca de doze casais por ano.

No Brasil, este tipo de fertilização já tem contornos diferentes: as barrigas de aluguer são permitidas por lei mas sem a conotação de transação comercial. Ou seja: as clínicas brasileiras não pagam às jovens que alugam o útero e apenas recebem um valor dos casais pela implantação do embrião no útero, cujo valor médio é de cerca de 31 mil euros.

"Recebemos muitos telefonemas e e-mails de casais que perguntam como se pode recorrer a este método. Mas aqui, em Portugal, apenas podemos responder que a lei proíbe. E muitos ficam revoltados com a realidade", adverte Vladimir Silva.

Fonte DN Portugal (adaptado)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Para o tratamento da infertilidade

Cientistas criam esperma em laboratório

Cientistas alemães e israelitas estão a fazer crescer esperma de rato em laboratório. Esta experiência pode, muito em breve, ser feita com esperma humano de forma a tratar problemas de infertilidade.

foto DR
Cientistas criam esperma em laboratório


O desenvolvimento de esperma em laboratório, em curso desde o ano passado, pode ser, para muitos homens inférteis, uma esperança de conseguirem ter filhos sem recorrer a um doador anónimo.

O mecanismo de produção de espermatozóides a partir de células reprodutivas masculinas é um dos processos mais complexos do organismo humano e que pode chegar a demorar um mês no interior dos testículos. Daí que, até agora, tenha sido tão difícil reproduzir este processo em laboratório.


Os cientistas tentaram recriar um ambiente semelhante ao das glândulas reprodutoras masculinas, utilizando células germinativas responsáveis pela produção de espermatozóides.

O professor Mahmoud Huleihel, da Universidade de Israel, diz que "depois desta experiência ter sido bem sucedida, é apenas uma questão de tempo até conseguirem fazer crescer esperma masculino humano em laboratório."

Fonte: Jornal de Notícias (04/01/2012)

Não é um bom lugar para se ser mulher!

Adolescente afegã foi torturada pelo marido e pelo sogro durante meses

Uma adolescente afegã de 15 anos foi torturada durante vários meses pelo marido e pelo sogro. O pesadelo terminou quando a polícia descobriu o caso e a libertou do cativeiro.

Sahar Gul casou quando tinha 14 anos, há cerca de sete meses, na província afegã de Badakhshan, e foi viver para Baghlan. Logo depois do casamento, o marido e o sogro quiseram obrigá-la a protituir-se. Sahar recusou e a tortura começou.

O chefe da polícia local, Fazel Rahman, disse à agência France Presse que a jovem adolescente, agora com 15 anos, passou fome e foi espancada. "Arrancaram-lhe unhas, tiraram-lhe pedaços de carne e de cabelo com alicates e partiram-lhe um braço", precisou.

Os pais de Sahar, que perderam o contacto com a filha logo após o casamento, denunciaram o seu desaparecimento às autoridades. A polícia acabou por descobrir a jovem esta semana, prisioneira na casa-de-banho da cave da casa do marido. Sahar foi internada em estado de choque.

O marido conseguiu escapar, mas três mulheres da família, incluindo a sogra de Sahar, foram detidas. Sobre o sogro não há ainda qualquer informação oficial.

Segundo a Comissão dos Direitos Humanos do Afeganistão, mais de mil casos de violência contra mulheres foram registados no país no último trimestre desde ano. Em 2010, foram 2700 os casos de violência de género confirmados pelas autoridades.

Fonte: Jornal de Notícias (30/12/2011)