segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um em cada 10 estudantes universitários acredita que pílula protege do VIH

Os resultados de um inquérito agora divulgado demonstram que muito está ainda por fazer no domínio da informação e sensibilização para a problemática do VIH/Sida em Portugal.

Um em cada 10 estudantes universitários de Coimbra acredita que a pílula anticoncepcional protege da infecção por VIH/Sida, segundo um inquérito da investigadora Aliete Cunha-Oliveira, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Em declarações à agência Lusa, a autora referiu que a "desculpa" da contracepção oral para não usar preservativo "é, sem dúvida, um dado preocupante" e garantiu não compreender de "onde pode ter vindo tal ideia".

"Creio que esse dado terá de fazer pensar os criadores de mensagens e os responsáveis pelas políticas de prevenção e de saúde dos adolescentes e jovens", alertou Aliete Cunha-Oliveira, lembrando que a esta realidade "pode não ser alheio o modelo da oferta de serviços de saúde" centrado na prevenção da gravidez ou no rastreio de infecções e cancros da mulher jovem.

Para o não uso do preservativo, 13% dos jovens apontaram a questão do preço. Outro resultado indica que 41% dos jovens manifestou "embaraço" em adquirir o preservativo dentro da faculdade.

No inquérito a 696 estudantes das oito faculdades da Universidade de Coimbra, a investigadora concluiu que mais de metade (52,6%) diz usar sempre o preservativo, mas estes continuam a ser "dados preocupantes e que não têm nada de especialmente encorajador".

"Na melhor das hipóteses, 40% dos jovens universitários não usam o preservativo ou não o usam de forma consistente. São muitos jovens que se põem em risco e põem em risco os outros", resumiu a investigadora à Lusa, dando conta de que os resultados dos estudos não têm mostrado evoluções significativas.

Por isso, Aliete Cunha-Oliveira defende que "o modelo de luta e de campanha contra à infecção e doença atingiu, ou está próximo de atingir, o seu limite de intervenção", o que mostra a necessidade de rever a base que tem servido de "guião à luta contra a Sida em Portugal".

"Tem-se apostado demasiado no uso do preservativo, exclusivamente. E isso é manifestamente insuficiente", considerou a investigadora, atribuindo "algum significado optimista" à taxa de 30% de realização de testes ao VIH, por ser a única forma de as pessoas confiarem umas nas outras.

"Outra aposta fundamental terá que assentar numa educação de responsabilidade e de respeito por si e pelo outro", concluiu.

Quanto a comportamentos sexuais segundo o género, os rapazes referem ter mais parceiros sexuais, mais relações ocasionais e sob o efeito de álcool ou de outras drogas, mas usam mais vezes o preservativo. As raparigas, por seu lado, são predominantemente monógamas e assim tendem a não usar preservativo porque confiam na relação e no parceiro.

Em questão de informação, mais de 50% registou resultados elevados no teste de conhecimentos, superior a 17 valores, numa escala de 0 a 20.

Mas os altos níveis "são um tanto enganosos" quando relacionados com os comportamentos. No inquérito "algumas respostas revelam ignorância enquanto outras indiciam comportamentos de risco": mais de 30% garante que quem consome álcool e outras drogas não tem mais tendência a praticar sexo sem protecção, mais de 26% acredita que o vírus VIH não aparece no sémen e 18% nega que haja perigo de infecção na prática desprotegida de sexo oral.

No seu estudo, que serviu de base para a tese de mestrado, Aliete Cunha-Oliveira indicou ainda "novos mitos sobre o VIH/sida", que traduzem uma "visão demasiado optimista".

"De certo modo, parece estar em curso uma negação social e psicológica do problema do VIH/Sida, que faz com que as pessoas pensem e se comportem como se já houvesse vacina, como se já existisse tratamento eficaz e inócuo e como se a Sida fosse uma doença banal", afirmou a investigadora, referindo que os novos mitos são fruto de mensagens da comunicação social e "pressão das ideologias".

Aliete Cunha-Oliveira trabalha há 10 anos com jovens, quer no Centro de Saúde, quer no Centro de Atendimento de Jovens de Coimbra e constatou que embora tratando-se de estudantes com um "nível intelectual diferenciado, apresentam um número elevado de comportamentos de risco". "Fui constatando que, apesar de o preservativo ser distribuído gratuitamente, a solicitação por parte dos jovens é baixa", referiu.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Definição das orientações curriculares para a Educação Sexual

14 de Abr de 2010

O regime de aplicação da Educação Sexual nas escolas é regulamentado através de uma portaria publicada no Diário da República, que consagra o carácter de obrigatoriedade desta área, definindo as orientações curriculares e a carga horária adequadas para os diferentes níveis de ensino.

O Ministério da Educação estabelece as orientações curriculares relativas aos conteúdos da Educação Sexual, que devem respeitar os objectivos mínimos definidos para todos os níveis de ensino, desde o 1.º ano de escolaridade até ao ensino secundário.

Estes conteúdos devem ser trabalhados no âmbito da educação para a saúde, nas áreas curriculares não disciplinares, designadamente em Formação Cívica, em complementaridade com as áreas curriculares disciplinares.

A carga horária dedicada à Educação Sexual é adaptada a cada nível de ensino, não podendo ser inferior a 6 horas para os 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, nem inferior a 12 horas para o 3.º ciclo e o ensino secundário, distribuídas de forma equilibrada pelos diferentes períodos do ano lectivo.

Para os estudantes do ensino secundário, está prevista a criação de gabinetes de informação e apoio ao aluno, que devem funcionar em articulação com os gabinetes de saúde juvenil e unidades móveis, colocadas ao dispor das escolas pelo Instituto Português da Juventude (IPJ).

A gestão curricular da Educação Sexual, enquadrada na área de Formação Cívica, deve ser assegurada pelo professor coordenador da educação para a saúde, em articulação com os professores do 1.º ciclo e os directores de turma.

O trabalho do professor coordenador é apoiado por uma equipa de educação para a saúde, com uma dimensão proporcional ao número de turmas existentes, cujos elementos são designados pelo director da escola.

As acções de formação destinadas aos professores são asseguradas pela Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, em parceria com estruturas competentes, nomeadamente os centros de formação de associação de escolas, as instituições de ensino superior e o IPJ, sendo consideradas como efectuadas na área correspondente ao grupo de recrutamento dos docentes.

De acordo com a referida portaria, a Educação Sexual deve ser desenvolvida em parceria entre a escola e as famílias, de modo a respeitar o pluralismo das concepções existentes. Assim, a inclusão desta área nos projectos educativos das escolas é definida pelos conselhos pedagógicos, dependendo de um parecer do conselho geral, no qual estão representados os pais/encarregados de educação e os alunos, no caso dos estabelecimentos de ensino secundário.

O diploma prevê ainda que o trabalho desenvolvido pelas escolas seja apoiado, a nível local, pela unidade de saúde pública competente no âmbito da actividade de saúde escolar.

Para mais informação, consultar:

Portaria n.º 196-A/2010 - Regulamenta a Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, que estabelece o regime de aplicação da educação sexual em meio escolar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

CONCURSO PARA A CRIAÇÃO DE UM POSTER DE DIVULGAÇÃO DO ESPAÇO JOVEM

Criação do poster do Gabinete de Apoio ao Aluno, denominado “Espaço Jovem”, para utilização na divulgação deste gabinete, nos espaços da Escola.

Todos os alunos da Escola Secundária/3 Morgado de Mateus.

As participações podem ser individuais ou colectivas.
Pode ser apresentado mais do que um trabalho por participante/equipa.

Natureza do trabalho

Do poster devem constar, obrigatoriamente, as designações Espaço Jovem e Escola Secundária/3 Morgado de Mateus; "este Espaço destina-se a prestar apoio/auxílio documental e/ou especializado nas áreas da Promoção e Educação para a Saúde", localização: piso 1 do pavilhão 1; imagens de fundo alusivas à sexualidade, à toxicodependência, à alimentação e à violência; caixa de dúvidas na sala de convívio dos alunos; colocar dúvidas através do e-mail espacojovem@iol.pt ou do blogue do Espaço Jovem http://espacojovem-esmm.blogspot.com


Apresentação dos trabalhos

Os trabalhos a concurso não podem conter indicações pessoais do aluno/equipa, ou qualquer elemento que os permita identificar, sob pena de exclusão.

Os trabalhos deverão permitir a sua plena utilização em diferentes suportes, sem perda de definição, mesmo quando reduzido.

Os trabalhos deverão ser entregues no gabinete do Espaço Jovem, devendo ser acompanhados de um envelope fechado com os dados do autor/equipa (nome, morada, telefone, e-mail, ano e turma).Deverão ser entregues duas versões do trabalho: uma em papel (formato A4) e em ficheiro formato Jpeg.

Critérios para apreciação dos trabalhos

Criatividade/Inovação.
Qualidade artística.
Coerência e coesão.
Adequação ao objectivo do concurso.
Alusão aos elementos referidos.

Júri

Equipa do Espaço Jovem
Elementos da Direcção
Elemento da Associação de Estudantes

Entrega dos trabalhos

Candidatura: Espaço Jovem até dia 14 de Maio

O trabalho vencedor será divulgado e exposto na Escola e nas Unidades de Saúde do concelho.

Nota: O trabalho vencedor terá direito a um prémio.

segunda-feira, 12 de abril de 2010