"Segundo a BBC, o país tem um programa secreto para esterilizar mulheres sem o seu consentimento ou até mesmo conhecimento
Conte-se o caso de Adolat, uma das mulheres que aceitou falar à BBC. A jovem sonhava com uma família extensa - dois filhos e duas filhas. Mas depois do nascimento da segunda, deparou-se com dificuldades em engravidar. Quando foi ao médico, descobriu que tinha sido esterilizada depois do último parto, por cesareana.
"Fiquei em choque. Chorei e perguntei 'Mas porquê? Como é que eles puderam fazer isto?'". A resposta do médico denuncia a realidade escondida no Usbequistão: "É a lei."
Oficialmente, não é lei. Mas a BBC garante ter recolhido provas de nos últimos dois anos está em curso um programa de esterilização das mulheres, muitas vezes sem o seu conhecimento.
"O que sou depois do que me aconteceu?", interroga-se Abolat, enquanto afaga o cabelo da segunda filha.
Os testemunhos de várias mulheres, que pediram para não serem identificadas, coincidem com as declarações de vários médicos ouvidos pela cadeia de televisão britânica. Uma ginecologista, que exerce na capital, Tashkent, explica que todos os anos recebem um plano: "Todos os médicos sabem a quantas mulheres devem dar contracetivos, quantas devem ser esterilizadas."
"Há uma quota. A minha é de quatro mulheres por mês", acrescenta. A pressão sobre os médicos das zonas rurais aparenta ser maior: nessas regiões, alguns ginecologistas devem esterilizar até oito mulheres por semana.
Outra vítima, entrevistada pela BBC, conta que procurou o médico depois de meses de dores e grandes hemorragias, depois do nascimento do filho. Uma ecografia revelou que o seu útero tinha sido removido.
Nem todos casos são como estes, com a cirurgia a realizar-se sem conhecimento nem consentimento. Uma mãe de três conta que é visitada uma a duas vezes por mês por uma enfermeira que tenta convencê-la a fazer a operação. "Agora é gratuita, mas depois será paga, por isso faça-a agora", argumenta a profissional de saúde.
Segundo uma fonte do Ministério da Saúde, o programa de esterilização visa controlar o aumento da população, que é, atualmente, de 28 milhões.
"Estamos a falar de dezenas de milhares de mulheres que são esterilizadas em todo o país", indigna-se Sukhrob Ismailov, que dirige uma das poucas ONGs que funcionam no Usbequistão. Em 2010, um inquérito desta organização, realizado ao longo de sete meses, junto de profissionais de saúde, reuniu provas de 80 mil esterilizações nesses período, mas não há forma de confirmar o número nem de saber quantas, desse número, correspondem a cirurgias consentidas."
Conte-se o caso de Adolat, uma das mulheres que aceitou falar à BBC. A jovem sonhava com uma família extensa - dois filhos e duas filhas. Mas depois do nascimento da segunda, deparou-se com dificuldades em engravidar. Quando foi ao médico, descobriu que tinha sido esterilizada depois do último parto, por cesareana.
"Fiquei em choque. Chorei e perguntei 'Mas porquê? Como é que eles puderam fazer isto?'". A resposta do médico denuncia a realidade escondida no Usbequistão: "É a lei."
Oficialmente, não é lei. Mas a BBC garante ter recolhido provas de nos últimos dois anos está em curso um programa de esterilização das mulheres, muitas vezes sem o seu conhecimento.
"O que sou depois do que me aconteceu?", interroga-se Abolat, enquanto afaga o cabelo da segunda filha.
Os testemunhos de várias mulheres, que pediram para não serem identificadas, coincidem com as declarações de vários médicos ouvidos pela cadeia de televisão britânica. Uma ginecologista, que exerce na capital, Tashkent, explica que todos os anos recebem um plano: "Todos os médicos sabem a quantas mulheres devem dar contracetivos, quantas devem ser esterilizadas."
"Há uma quota. A minha é de quatro mulheres por mês", acrescenta. A pressão sobre os médicos das zonas rurais aparenta ser maior: nessas regiões, alguns ginecologistas devem esterilizar até oito mulheres por semana.
Outra vítima, entrevistada pela BBC, conta que procurou o médico depois de meses de dores e grandes hemorragias, depois do nascimento do filho. Uma ecografia revelou que o seu útero tinha sido removido.
Nem todos casos são como estes, com a cirurgia a realizar-se sem conhecimento nem consentimento. Uma mãe de três conta que é visitada uma a duas vezes por mês por uma enfermeira que tenta convencê-la a fazer a operação. "Agora é gratuita, mas depois será paga, por isso faça-a agora", argumenta a profissional de saúde.
Segundo uma fonte do Ministério da Saúde, o programa de esterilização visa controlar o aumento da população, que é, atualmente, de 28 milhões.
"Estamos a falar de dezenas de milhares de mulheres que são esterilizadas em todo o país", indigna-se Sukhrob Ismailov, que dirige uma das poucas ONGs que funcionam no Usbequistão. Em 2010, um inquérito desta organização, realizado ao longo de sete meses, junto de profissionais de saúde, reuniu provas de 80 mil esterilizações nesses período, mas não há forma de confirmar o número nem de saber quantas, desse número, correspondem a cirurgias consentidas."
10:36 Quinta feira, 12 de Abr de 2012
Ler mais: http://visao.sapo.pt/a-politica-secreta-de-esterilizacao-feminina-do-usbequistao=f658347#ixzz1romZp9ft
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