Um estudo levado a cabo por um
grupo internacional de investigadores detectou 14 erros comuns no uso do
preservativo que diminuem a sua capacidade de prevenir doenças sexualmente transmissíveis
(STDs) e gravidez.
O estudo, desenvolvido em 14 países diferentes entre 1995 e 2011, envolveu 50
trabalhadoras do sexo, centros de detecção de infecções sexualmente
transmissíveis, casais monógamos, estudantes universitários e adolescentes e
permitiu detectar problemas como:
- colocação tardia (entre 17 e 51 por cento);
- remoção precoce (13 a 44.7 por cento);
- desenrolar incompleto do preservativo;
- armazenamento incorrecto;
- reutilização;
- desenrolar do preservativo antes de o aplicar no pénis (25.3 por cento);
- não deixar espaço para a acumulação de sémen;
- aplicação do avesso com remoção seguida de nova aplicação (4 a 30.4 por cento);
- exposição do preservativo a objectos cortantes (como os dentes) durante a remoção do invólucro (2.1 a 11.2 por cento); e
- não garantir a integridade do preservativo antes da utilização (74.5 por cento dos homens e 82.7 das mulheres).
De acordo com a principal autora do estudo, Stephanie Sanders do Indiana
University's Kinsey Institute for Research in Sex, Gender and Reproduction,
aproximar o uso típico do uso correcto do preservativo é essencial para
"reduzir muito a epidemia de infecções sexualmente transmissíveis e
gravidezes imprevistas."
Os investigadores reconhecem que o estudo é limitado pela grande variedade de
problemas registados nos 50 estudos analisados, bem como pelo facto da maioria
dos estudos terem sido realizados em países desenvolvidos, nomeadamente nos
Estados Unidos da América.
Apesar dos investigadores realçarem "serem necessários mais estudos acerca
dos erros que surgem no uso do preservativo num maior leque de países"
sugerem que os problemas citados "poderão afectar milhões de
pessoas." Por exemplo, "a reutilização de preservativos poderá ser
mais comum em países menos desenvolvidos ou entre os mais desfavorecidos."
"A recolha de informação relativa aos erros associados ao uso do
preservativo e aos problemas em populações distintas poderá ajudar a moldar as
próximas campanhas de promoção do uso do preservativo", concluem os
investigadores.
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